O infantil e o selvagem na Filosofia da nova música

  • Jessé da Costa Rocha
Palavras-chave: Selvagem, Infantil, Stravinski, Nova Música.

Resumo

Analisa-se aqui, com base na Filosofi a da nova música, a primeira fase do compositor Igor Stravinski. O texto está dividido em duas grandes partes. A primeira avalia especifi camente a peça intitulada A sagração da primavera. A segunda analisa a ópera Renard. A pesquisa procura também explicitar as fontes teóricas utilizadas pelo fi lósofo Theodor Adorno na elaboração de sua já referida obra, em especial: Freud, Kant e Aristóteles. Conclui-se que a primeira fase de Stravinski é constituída por elementos selvagens e infantis, porque nela o compositor ora põe em cena rituais primitivos, ora se vale de contos de fadas. Adorno, por sua vez, procurou mostrar, valendo-se dos estudos freudianos, a coincidência entre as estruturas psíquicas dos selvagens, das crianças e dos neuróticos, com objetivo de desmascarar o caráter regressivo da música de Stravinski. Esse descarrilamento da música moderna em direção à barbárie estilizada também pode ser interpretado como o fracasso do projeto da modernidade apresentado por Kant, que, antes de tudo, signifi cava a saída do homem da sua menoridade.

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Referências

ADORNO, T. W. Filosofi a da nova música. São Paulo: Perspectiva, 1989.

ARISTÓTELES. Poética. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Os Pensadores).

CARPEAUX, O. M. O livro de ouro da história da música. 2. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.

FREUD, S. O interesse científi co da psicanálise. Rio de Janeiro: Imago, 1974.

FREUD, S. Totem e tabu. Rio de Janeiro: Imago, 1974.

FREUD, S. A ocorrência, em sonhos, de material oriundo de contos de fadas. Rio de Janeiro: Imago, 1969.

KANT, I. Resposta à pergunta: Que é “Esclarecimento”? In: KANT, I. Textos seletos. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2005. cap. 4, p. 63-71.

Publicado
2017-04-25
Seção
Filosofia da Música