A falácia naturalista na metaética contemporânea: usos e equívocos

  • Luca Nogueira Igansi Unisinos

Resumo

Será realizada uma análise da falácia naturalista conforme Moore e sua relação com Hume para clarifica-la e atualiza-la na lógica formal contemporânea, que denunciará seus limites na metaética atual. Identificarei as origens da expressão falácia naturalista em Moore e refinarei seu significado e uso, contrastando-a com o argumento da questão-em-aberto e a Lei de Hume. Sua aplicação é identificada em quatro aspectos: invalidamente enquanto argumento da questão-em-aberto por não estabelecer uma relação metafísica e prover falsos cognatos, e validamente como erro categorial, erro de identificação equivocada e erro inferencial; este último relacionável com a Lei de Hume como um erro procedimental de argumentação. Breves aplicações evidenciam os limites da falácia naturalista em que contraditoriamente não é uma falácia salvo por apenas um de seus usos, assim como não refuta todas teorias naturalistas (como hedonistas e utilitaristas) além de ser agumento em prol de algumas (como as não-cognitivistas).

Biografia do Autor

Luca Nogueira Igansi, Unisinos

Mestre em Filosofia, PPGFil Unisinos

Bolsista CAPES/PROSUP, com bolsa sanduíche CNPq/CAPG-BA na UBA.

Bacharel em Filosofia, UFPel

Bolsista CNPq/IC

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Publicado
2016-10-30
Como Citar
Igansi, L. N. (2016). A falácia naturalista na metaética contemporânea: usos e equívocos. Fundamento, 1(8). Recuperado de https://periodicos.ufop.br/fundamento/article/view/2353